domingo, 13 de setembro de 2009

Barrichello deu o recado: "Estou chegando"!

Barrichello está cada vez mais perto do líder


Já ouviu falar naquele ditado popular: "De grão em grão, a galinha enche o papo"? Tal método vem sendo utilizado por Rubens Barrichello nessa reta final de temporada da Fórmula 1. Nas três últimas provas, o piloto brasileiro da Brawn GP conquistou duas vitórias, e a diferença para o líder e companheiro de equipe, o inglês Jenson Button, que chegou a ser de 26 pontos, hoje caiu para 14 (80 a 66). Restando ainda quatro corridas até o término do campeonato.


Barrichello começou o GP da Itália, no tradicional circuito de Monza, com a ameaça de perder cinco posições no grid de largada, forçando-o sair na décima posição. Sua equipe não estava muito confiante na durabilidade do câmbio, e caso houvesse a necessidade da troca, o regulamento diz que o piloto perderia cinco posições. Mas isso não foi necessário, e Barrichello saiu mesmo em quinto. Superado esse problema, veio a estratégia para a corrida. E a equipe dos dois pilotos que brigam pelo título escolheu fazer apenas uma parada nos boxes durante toda a prova. Deu certo.


Na largada, aproveitando-se do Kers (sistema que usa as freadas do carro como energia para o motor) Lewis Hamilton, da McLaren, largou bem e manteve a ponta no início da corrida. O alemão Adrian Sutil, da Force India, e que incrivelmente largava em segundo, perdeu a posição para o finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari. Barrichello ganhava o lugar de Heikki Kovalainen, e de quinto, pulava para quarto. Já na primeira volta, uma boa notícia para o brasileiro recordista em número de corridas disputadas. Um dos candidatos ao título, o australiano Mark Webber, da RBR, foi tocado por trás por Robert Kubica, da BMW Sauber, e abandonou logo cedo.


Veio então as paradas para reabastecimento e troca de pneus. O primeiro a parar foi Hamilton, um pouco antes do esperado, mostrando que os pneus macios possuem um maior desgaste na equipe inglesa. Na sequência vieram Sutil, Raikkonen e Button. Barrichello começou então a correr com "a faca nos dentes", ou seja, começou a fazer volta de classificação atrás de volta de classificação. Fez a parada, levou pouco mais de oito segundos (8,6, pra ser mais exato), e trocou os pneus duros com os macios para ir até o final da corrida. A grande dúvida é se aguentariam até o final. Aguentaram.


Aí era questão de tempo até os principais adversários pela vitória pararem novamente nos boxes. A vitória estava muito próxima. Não houve surpresas até a linha de chegada, e guiando firme em busca da 11º triunfo na carreira - o terceiro em Monza - Rubens Barrichello cruzou a linha de chegada pela segunda vez na temporada 2009, e novamente mostrou que está sim na briga pelo título. Jenson Button terminou em segundo, e Raikkonen, herdou a terceira posição de Lewis Hamilton, que na última volta sofreu um acidente e obrigou a entrada do Safety Car. Adrian Sutil conseguiu mais uma façanha da Force India, a segunda seguida, chegando em quarto. Na Bélgica, a equipe tida com uma das piores da categoria, também marcou pontos com Fisichella, hoje substituindo Massa na Ferrari, chegando em segundo.


Daqui a duas semanas teremos o GP de Cingapura, no dia 27 de setembro. Uma corrida noturna. Por falar em Cingapura, no próximo dia 21, a haverá o julgamento do caso da Renault, onde Nelsinho Piquet confessou que batera de propósito, a pedido da equipe de Flavio Briatore, para beneficiar o companheiro Fernando Alonso, vencedor dessa mesma prova no ano passado. Na ocasião, a batida de Piquet forçou a entrada do carro de segurança, e Alonso se deu bem, pois havia parado nos boxes uma volta antes. Com isso, assumiu a ponto após todos pararem.


Mas isso já é uma outra história. O importante é Rubens Barrichello tirar pontos de Button nas corridas. Cada ponto passa a ser de suma importância. Além de Cingapura, teremos Japão (04/10), Brasil (18/10) e Emirados Árabes (1º/11). No mínimo, Barrichello precisa chegar à última prova com menos de dez pontos de diferença para sonhar com o título. E isso é bem possível de se fazer. E pensar que antes da temporada, o piloto com mais tempo em atividade estava desempregado. Hoje, é seríssimo candidato ao título. Assim como na vida temos reviravoltas impressionantes, no esporte não é diferente.
Foto: Agência Reuters

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